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HISTÓRIA



Margarida de Saboia, Duquesa de Mântua e Vice-rainha de Portugal

A 1 de dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos introduz-se no Paço da Ribeira, onde reside a Duquesa de Mântua, representante da coroa espanhola, mata o seu secretário Miguel de Vasconcelos e vem à janela proclamar D. João, Duque de Bragança, rei de Portugal.

Quem era esta Duquesa de Mântua que é referida, muito sucintamente, nos manuais escolares?

Biografia

Margarida de Saboia, Duquesa de Mântua, nasceu em Turim (Itália) a 28 de abril de 1589.

Era a quinta filha de Carlos Emanuel I, Duque de Saboia e da infanta Catarina Micaela da Áustria, sendo, por conseguinte, neta, por via materna, do rei Filipe II de Espanha e prima direita de Filipe IV de Espanha, monarca que detinha igualmente o trono de Portugal como Filipe III.

Casou, a 19 de Fevereiro de 1608, em Turim, com Francisco Gonzaga, nascido em 1586.

Com a morte, em 1612, de Vicente I, pai de Francisco, este torna-se duque de Mântua e de Montferrat, passando a ser conhecido como Francisco IV Gonzaga. Desta ligação, advém o nome pelo qual Margarida de Saboia passa a ser conhecida: Duquesa de Mântua.

Mântua e Montferrat, apesar de serem estados soberanos, eram vassalos do Sacro Império Romano-Germânico.

No mesmo ano de 1612, Francisco morre também. Dos três filhos do casal, apenas Maria havia sobrevivido. Como não existia um filho varão, o ducado é entregue ao irmão do falecido duque. Margarida tenta impedir o cunhado de assumir esse título, alegando que estava grávida do marido e poderia nascer uma criança do sexo masculino, mas, em breve, é obrigada a reconhecer que a gravidez era uma invenção sua. Por intervenção da Casa de Saboia, Margarida consegue que a sua filha Maria, então com três anos de idade, fosse reconhecida como duquesa de Montferrat, em virtude de, historicamente, a herança deste ducado ser herdada pelo ramo feminino da família, sempre que não havia um filho varão.

Margarida passa a governar Montferrat como regente, durante menoridade da filha.

A morte de Francisco de Mântua, sem ter deixado herdeiro legítimo, dá origem à Guerra da Sucessão de Mântua (1627-1632) .

Margarida consegue, em 1627, casar Maria com com Carlos Gonzaga, duque de Mayenne, filho herdeiro de Carlos Gonzaga, Duque de Nevers e Rethel, um primo afastado pertencente ao "ramo francês" da família Gonzaga.

Com esta aliança, consegue juntar dois ramos da família que reclamavam a herança de Mântua. O tratado de Cherasco, celebrado a 19 de junho de 1631, reconhece esta linha sucessória como herdeira legítima dos ducados de Mântua e Montferrat.

Como Margarida tinha antepassados ligados à casa real portuguesa (descendia de duas das filhas do rei D. Manuel I, a imperatriz Isabel de Portugal e a duquesa Beatriz de Saboia), conseguiu obter de Filipe IV de Espanha (III de Portugal), um lugar prestigioso: foi nomeada vice-rainha de Portugal, tendo tomado posse do lugar a 23 de dezembro de 1634.

Após a Revolução do 1.º de Dezembro de 1640, Margarida de Saboia, Duquesa de Mântua, é aprisionada nos seus aposentos, tendo sido expulsa para Espanha.

Margarida morre, a 26 de junho de 1655, em Miranda de Ebro, Espanha.

Maria, então já duquesa de Rethel e Montferrat, teve dois filhos:

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