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D. Pedro V, rei de Portugal de 1853 a 1861

A 16 de setembro de 1837, nasce, em Lisboa, D. Pedro V.

Era o filho mais velho da Rainha D.Maria II e do rei consorte D.Fernando II, tendo reinado em Portugal de 1853 a 1861.

Recebeu uma esmerada educação que incluía ciências naturais, filosofia, domínio do grego e do latim e conhecimentos de inglês. Um dos seus educadores, o escritor Alexandre Herculano, transmitiu-lhe valores que moldaram significativamente a sua personalidade. Mais tarde, quando já era rei, trocava correspondência com Mário Jorge de Castro Botelho, de quem colheu muitos conselhos sobre governação e sentido de Estado.

Durante o seu reinado, Portugal foi assolado pela cólera de 1853 a 1856 e, igualmente, pela febre amarela, cujo pico mais alto ocorreu entre 1856 e 1857. D. Pedro V percorria os hospitais, inteirando-se, à cabeceira dos enfermos, da sua situação, o que lhe trouxe muita popularidade.

Defensor de valores sociais, sempre preocupado com o bem-estar dos seus concidadãos, chegou a colocar, à entrada do Palácio da Ajuda, uma caixa verde de que apenas ele tinha a chave, para que qualquer pessoa ali pudesse deixar cartas expressando as suas queixas.

O apreço que os cidadãos da sua época nutriam por ele é visível pelos cognomes que lhe foram atribuídos: O Esperançoso, O Bem-Amado ou O Muito Amado.

Durante o curto reinado de oito anos de D. Pedro V, dois dos quais sob regência, Portugal foi governado por figuras que hoje são recordadas pelo nome atribuído a importantes artérias de Lisboa: Duque de Saldanha, Marquês de Loulé, Duque da Terceira, Fontes Pereira de Melo, Martens Ferrão, Casal Ribeiro, António Serpa e Joaquim António de Aguiar.

As mais importantes propostas governamentais tendo em vista o desenvolvimento económico e social do país eram por si minuciosamente estudadas.

A falta de verbas governamentais para implementar algumas medidas, levaram-no a promovê-las do seu próprio bolso, como foi o caso, em 1859, do Curso Superior de Letras, com a concessão de um donativo de 91 contos de réis.

No decorrer do seu reinado, ocorrem, em Portugal, significativos avanços tecnológicos: é inaugurado o primeiro telégrafo elétrico do país e a linha de caminho-de-ferro entre Lisboa e o Carregado; têm início, igualmente, as primeiras viagens regulares de navios a vapor entre Portugal e Angola.

Outra importante medida tomada no seu reinado foi a adoção do sistema métrico.

Em 1858, D. Pedro V casa-se, por procuração, com a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen. Em conjunto com a sua esposa, funda hospitais públicos e instituições de caridade. Após a morte da sua esposa, ocorrida um ano após o casamento, funda, em sua homenagem, o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa.

Entre as inúmeras causas sociais em que se envolveu, destaca-se a defesa acérrima da abolição da escravatura. No tempo do Marquês de Pombal, Portugal havia sido, em 1761, pioneiro no abolicionismo. Muitos negreiros continuavam, no entanto, a realizar transporte de escravos para a América espanhola e para o Brasil. No início do século XIX, Portugal proíbe novamente o comércio de escravos e, em 1854, no reinado de D. Pedro V, são libertados, por decreto, todos os escravos que restavam.

A propósito do comércio de escravos, um acontecimento insólito ocorre no reinado de D. Pedro V: Portugal apreende, nas costas de Moçambique, um navio negreiro francês, prendendo o seu comandante. O governo daquele país exigiu a libertação imediata do navio e o pagamento de uma pesada indemnização. Há muito que Portugal deixara de ser a nação poderosa que fora outrora, pelo que se viu obrigado a acatar a exigência daquela potência europeia.

D. Pedro V morre, a 11 de novembro de 1861, vitimado pela febre tifoide, segundo a opinião dos médicos que o assistiram. Tinha apenas 24 anos de idade. Sucede-lhe no trono o seu irmão D. Luís, uma vez que não deixara descendência.

Os seus restos mortais jazem no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.




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