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Aconteceu a 28 de novembro de 1983



Cineteatro Monumental começa a ser demolido

A 28 de Novembro de 1983, no lado poente da Praça Duque de Saldanha, em Lisboa, começam a ser abertos buracos no alcatrão, junto ao lancil do passeio, a fim de instalar os pilares de uma vedação.

É o primeiro sinal exterior de uma demolição que se aproxima: a do Cineteatro Monumental.

Fonte 1: Diário Popular n.º 14237, de 28-11-1983, Ano 42º, p. 11

O Cineteatro Monumental tinha sido inaugurado 32 anos antes, a 11 de Novembro de 1951.

Concebido pelo Arquiteto Raul Rodrigues Lima (1909-1980), correspondia, nos seus traços gerais, à estética modernista do Estado Novo.

Tanto a sala de cinema como a do teatro podiam albergar mais de 1000 espetadores.

Foi decorado com imponentes lustres, vetustos cortinados de veludo e sumptuosos lambris (painéis de madeira). Luxuosos móveis e maples ornamentavam os diversos salões.

O Monumental foi arrendado pelo empresário Vasco Morgado que se propôs apresentar ali espetáculos de teatro declamado, operetas, revistas e atrações musicais.

Foi nessa sala de teatro que Laura Alves, esposa deste empresário, protagonizou os maiores êxitos da sua carreira teatral, desde As três Valsas, a sua primeira peça neste teatro até Pai precisa-se (a sua última peça, em 1982), passando pelo grande êxito A Flor do Cato (1967).

O Monumental exibiu os maiores êxitos cinematográficos, entre os quais se poderão destacar E tudo o Vento Levou (1939), Os Dez Mandamentos (1956), Ben-Hur(1959), Spartacus (1960), West Side Story (1961), Lawrence de Arábia (1962), Cleopatra (1963), My Fair Lady (1964), Doutor Jivago”(1965), 2001: Odisseia no Espaço (1968), Um Violino no Telhado (1971) e Star Wars (1988). [O ano refere-se à data da realização dos filmes].

Foi pioneiro nas novas tecnologias que iam sendo postas ao serviço do cinema: em 26 de Junho de 1953 apresentou, pela primeira vez aos portugueses, um filme em três dimensões: O homem sem cérebro (The dark man) e foi a primeira sala de espetáculos a ter um ecrã gigante, o Todd-AO.

As passagens de ano nos seus salões, com bailes e visualização de filmes até altas horas da madrugada, fazem parte de todo um conjunto de eventos que marcaram uma época.

Talvez o mais significativo evento para os jovens desse tempo terá ocorrido a 13 de março de 1964: milhares de rapazes e raparigas aguardavam, junto à entrada do Teatro Monumental, a chegada da cançonetista pop francesa Sylvie Vartan, na altura com 19 anos de idade, a fim de poder ouvi-la a cantar, entre outras músicas, a canção Si je chante.

Fonte 2: Diário de Lisboa n.º 10395, de 08-11-1951, Ano 31º, p. 2 (Inauguração do Cineteatro Monumental)
Fonte 3: Diário de Lisboa n.º 10978, de 26-06-1953, Ano 33º, p. 5 (Cinema em relevo no Cineteatro Monumental)
Fonte 4: Diário Popular nº 7692 de 13-03-1964, Ano 22º, anúncio, p. 6 (Anúncio da atuacão de Sylvie Vartan)
Fonte 5: Diário Popular nº 7693 de 14-03-1964, Ano 22º, p. 7 (Artigo sobre a visita de Sylvie Vartan a Portugal)




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