A 14 de Novembro de 1839, nasce, no Porto, na rua do Reguinho, freguesia de São Nicolau, o escritor e médico português Joaquim Guilherme Gomes Coelho, mais conhecido pelo pseudónimo de Júlio Dinis. A casa onde nasceu foi demolida com a abertura da Rua Nova da Alfândega.
Foi batizado, quatro dias mais tarde, na Igreja de São Nicolau.
Era filho do cirurgião José Joaquim Gomes Coelho, natural de Ovar, Aveiro, e de Ana Constança Potter Pereira Gomes Coelho, natural de São Nicolau, Porto.
A sua mãe, de ascendência anglo-irlandesa, faleceu vitimada pela tuberculose pulmonar, quando Júlio Dinis tinha seis anos de idade.
Frequentou a escola primária em Miragaia.
Concluiu o curso preparatório do liceu em 1853, aos catorze anos de idade.
Após uma passagem pela Escola Politécnica, matricula-se na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde conclui o curso a 27 de Julho de 1861, com uma elevada classificação.
Atingido pela tuberculose, o seu estado de saúde começa a agravar-se, mudando-se para Grijó e, posteriormente, para casa de uma sua tia em Ovar, esperançado numa cura de ares. Mais tarde, deslocar-se-ia, por duas vezes, à Ilha da Madeira.
Impossibilitado de exercer a atividade de médico, aproveita este período da sua vida para se dedicar à literatura.
Em 1867, é designado para as funções de demonstrador e lente substituto no corpo docente da Escola Médico-Cirúrgica do Porto.
Entre as suas obras mais conhecidas, poder-se-ão referir As Pupilas do Senhor Reitor (1869), A Morgadinha dos Canaviais (1868), Uma Família Inglesa (1868), Serões da Província (1870) e Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871).
Como o seu mal não tinha cura, acaba por falecer, no Porto, à 1 hora da manhã do dia 12 de setembro de 1871, no número 289 da Rua de Costa Cabral, freguesia de Paranhos, casa que hoje já não existe, tendo dado lugar a uma sala de espectáculos cinematográficos. Tinha, na altura, quase trinta e dois anos de idade.
A tuberculose que já fora a causa da morte de sua mãe e de sua avó materna, vitimou, Igualmente, todos os seus oito irmãos.
Foi o criador do romance campesino. As suas personagens foram inspiradas, na sua maioria, por pessoas verdadeiras com quem viveu ou contactou.
Inúmeras adaptações cinematográficas e televisivas das suas obras já foram realizadas, tanto em Portugal como no Brasil.
Obras de Júlio Dinis
• Justiça de Sua Majestade, 1858
• Um Rei Popular, 1858, teatro
• Um Segredo de Família, 1860, teatro
• As Pupilas do Senhor Reitor, 1866 (em folhetim no Jornal do Porto e 1867 em livro)
• Uma Família Inglesa, 1867 (em folhetim no Jornal do Porto como Uma Família de Ingleses e 1868 em livro)
• A Morgadinha dos Canaviais, 1868
• Serões da Província, 1870
• Os Fidalgos da Casa Mourisca, 1871
• Poesias, 1873
• Inéditos e Dispersos, 1910
• Teatro Inédito, 1946-1947
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