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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 15 de setembro de 1765



Nascimento do poeta português Bocage

A 15 de setembro de 1765, nasce, em Setúbal, o poeta português Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage

Mais conhecido do grande público pelas anedotas em que participa, Barbosa du Bocage foi provavelmente o maior representante do arcadismo lusitano, numa época de transição entre o estilo clássico e o estilo romântico.

Bocage tinha um grande sonho: imitar Camões. Tal como o seu ídolo, viajou para Oriente, tendo estado em Damão, onde ainda hoje permanece em pé a casa que ali habitou, não faltando uma placa alusiva ao ilustre inquilino.

Ainda durante a sua vida, foi publicado, em 1791, a 1.ª edição das Rimas e encontra-se colaboração póstuma da sua autoria na revista Ilustração Popular (1884), no semanário Azulejos (1907-1909) e no periódico O Azeitonense (1919-1920).

Faleceu, em Lisboa, a 21 de dezembro de 1805.

O dia do seu nascimento é Feriado Municipal em Setúbal, terra que o viu nascer. Em homenagem a esta cidade, banhada pelo rio Sado, adotou o pseudónimo Elmano Sadino, quando aderiu à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia.

Apesar dos seus poemas possuírem uma construção frásica elaborada, Bocage não se inibia de formular versos repentinos, muito ao gosto popular.

Consta que, certo dia, ao sair do Nicola, afamado café lisboeta situado no Rossio, teria sido interpelado por um polícia que lhe terá perguntado:

— Quem és tu, de onde vens e para onde vais?

De imediato, Bocage responde-lhe, com esta quadra:

“Eu sou Bocage,
Venho do Nicola,
Vou p’ro outro mundo,
Se disparas a pistola”.

Transcrevemos, para apreciação dos nossos leitores, um dos seus mais conhecidos poemas:

OLHA, MARÍLIA, AS FLAUTAS DOS PASTORES

Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?

Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folgas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira:

Que alegre campo! Que a manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se não te vira
Mais tristeza que a morte me causara.

Bocage

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