A 19 de Maio de 1954, na sequência de uma greve de assalariados rurais alentejanos por melhores remunerações, a ceifeira portuguesa Catarina Eufémia foi assassinada, a tiro, pelo tenente Carrajola, da Guarda Nacional Republicana.
O mais novo dos seus três filhos, com oito meses, estava ao seu colo quando foi baleada.
Este triste acontecimento transformou Catarina Eufémia num ícone da resistência dos trabalhadores alentejanos contra o regime do Estado Novo, que não permitia qualquer tipo de manifestação por melhores condições de vida.
Fonte: O Camponês n.º 46, de novembro-dezembro de 1954, p. 2
O seu nascimento foi declarado como tendo ocorrido a 13-02-1928, pelo que, oficialmente, teria apenas 26 anos aquando do seu assassinato. No entanto, esse evento sucedera alguns meses antes. Segundo o Diário do Alentejo de 21 de Maio de 1954, Catarina já teria, na altura, 28 anos e, de acordo com O Camponês, publicação clandestina da época, seria ainda um ano mais velha.
Na época, era obrigatório participar os nascimentos dentro de um período máximo de 30 dias mas nem sempre os pais ou os padrinhos tinham disponibilidade para se deslocarem atempadamente aos serviços de registo, pelo que mencionavam uma data posterior, para evitar o pagamento da respetiva multa.
