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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 23 de março de 1869



Nascimento de Calouste Gulbenkian

A 23 de março de 1869, nasce, em Üsküdar, o filantropo Calouste Sarkis Gulbenkian.

Era membro de uma ilustre família arménia cujas origens remontam ao século IV.

Obtém, em 1877, no King's College, em Londres, o diploma de engenharia do petróleo, que lhe proporciona preciosos conhecimentos na área da produção, transporte, processamento e distribuição de hidrocarbonetos.

Após ter feito, em 1891, uma viagem à Transcaucásia para visitar os campos petrolíferos de Baku, atual capital do Azerbaijão, publica o livro La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvernirs de Voyage.

O ministro das Minas do governo otomano toma conhecimento deste estudo de Gulbenkian e encarrega-o de elaborar um relatório sobre os campos de petróleo do Império Otomano, sobretudo na região da Mesopotâmia.

Quando, no fim do século XIX, a indústria dos petróleos se começa a constituir, Gulbenkian, mercê dos conhecimentos que havia adquirido e da sua inata habilidade como negociador, estabelece acordos de exploração petrolífera entre as autoridades otomanas e as organizações financeiras internacionais.

Intervém diretamente na indústria petrolífera da região do Golfo Pérsico, através do grupo Royal Dutch por si organizado, proporcionando uma ligação entre industriais russos e americanos.

Por sugestão sua, é criado, em França, durante a Primeira Grande Guerra, o Comité Générale du Pétrole. Ao seu serviço, obtém um assinalável êxito ao conseguir, em 1920, através do Tratado de San Remo, que a França ganhasse à Grã-Bretanha o direitos de administrar os interesses do Deutsche Bank na companhia de petróleo turca, que se encontrava nas mãos dos britânicos desde 1915.

Aquando das negociações encetadas entre as grandes empesas internacionais para a divisão do Turkish Petroleum Co., Ltd. (atualmente a Iraq Petroleum Co., Ltd.), consegue que lhe fosse atribuído 5% do capital daquela petrolífera.

Com parte da fortuna que adquiriu com os dividendos petrolíferos, reuniu centenas de obras de arte.

Em 1942, durante a Segunda Grande Guerra, passa por Lisboa pensando permanecer aqui apenas alguns dias. Porém, o ameno clima desta cidade e o facto de a mesma se encontrar afastada dos conflitos bélicos que assolavam o resto da Europa, acabam por o seduzir, instalando-se, até à sua morte, no Hotel Aviz que ficava nos terrenos em que hoje se ergue o Hotel Sheraton.

Em 18 de Junho de 1953, assina o seu testamento, deixando uma parte da sua fortuna para a criação da Fundação que ostenta o seu nome.

Generoso filantropo, sempre preocupado em ajudar os menos favorecidos, deixou bem claro que a sua Instituição deveria ter fins caritativos, artísticos, educativos e científicos.

Faleceu em Lisba, 20 de julho de 1955, com 86 anos de idade.

Fonte 1: Diário de Lisboa n.º 11718, de 20-07-1955, pp. 1 e 14

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Fundação Gulbenkian

A Fundação Calouste Gulbenkia encontra-se sediada no centro de Lisboa, ocupando um enorme quarteirão ajardinado contendo dois museus: Coleção do Fundador (reunindo obras de Arte por si adquiridas) e Coleção Moderna. Possui, ainda, inúmeros auditórios com um programa cultural permanente.

Desde a sua formação, tem vindo a prestar um valioso contributo no campo da cultura e da investigação científica.

Para além da criação e apetrechamento de museus e institutos científicos e educativos em Portugal, no Brasil e em inúmeros outros países, mantém uma orquestra de música clássica e, até há bem pouco tempo, possuía o mais consagrado grupo de ballet do nosso País.

Apoia, a título individual e coletivo, as mais variadas expressões artísticas.

Concedeu, ao longo dos anos, milhares de bolsas de estudo para a frequência de licenciaturas, mestrados e doutoramentos, tanto em Portugal como no estrangeiro.

Um apreciável número de bibliotecas itinerantes Gulbenkian percorreu o País até 2002, levando a cultura a toda a parte e inúmeros Centros de Recursos Educativos foram apetrechados com livros oferecidos por esta prestimosa Instituição.

Jardim Gulbenkian

Vídeo de 7 minutos realizado por O Leme TV HD


O Jardim da Fundação Gulbenkian é um dos mais belos de Portugal.

Quando o visitamos, temos a sensação de estar no meio de uma exuberante floresta, onde sobressai um extenso lago alimentado por estreitos ribeiros em cascata que conduzem a água de pontos mais elevados. Formosos recantos, povoados por animais aquáticos, emprestam ao conjunto um sabor ameno que nos faz esquecer que estamos num dos pontos centrais da cidade de Lisboa, rodeados pelo intenso tráfego que diariamente a percorre.

Culturalmente, no seu interior, dois museus apelam à nossa ânsia de contacto com a beleza que a pintura, a escultura e outros meios de expressão estética nos transmitem, muitas vezes filtrados através do olhar subjetivo dos seus autores, mas revelador, cada um deles, de um pendor artístico capaz de imprimir nos nossos sentidos momentos de inexcedível harmonia ou, simplesmente, contribuir para aguçar a nossa curiosidade. Inúmeros auditórios permitem-nos apurar a nossa sensibilidade auditiva, através da exibição tanto de música clássica como de outros géneros, uns mais harmoniosos do que outros, mas sempre imbuídos de criatividade. Se a todo este conjunto acrescentarmos os inolvidáveis momentos de arte cénica que aqui são exibidos, estaremos em condições de afirmar que este local é muito mais do que um Jardim, é um Éden onde a Arte está sempre presente.

O Jardim Gulbenkian está a ser prolongadao para sul, até à Rua Marquês dee Fonteira e, em breve, será estabelecida, através da construção de um viaduto pedonal, a ligação deste local ao Jardim da Praça de Espanha, ficando este conjunto inserido na extensa rede verde que percorre, sem interrupção, grande parte da cidade de Lisboa, contribuindo para tornar a capital de Portugal cada vez mais aprazível não apenas para os lisboetas como igualmente para os milhões de nacionais e estrangeiros que a visitam.

Fonte 2: Site da Fundação Gulbenkian

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