
A 2 de março de 1947, morre, em Lisboa, o poeta e editor português Luís de Montalvor, pseudónimo de Luís da Silva Ramos.
O carro onde seguiam Montalvor, sua mulher e o único filho cai ao rio Tejo, junto à Estação Fluvial de Belém, não tendo sido possível salvá-los.
Montalvor havia nascido em São Vicente, Cabo Verde, a 31 de janeiro de 1891.
Com apenas dois meses de vida, o seu pai, que era magistrado em Cabo Verde, leva-o para Lisboa, onde estudará e iniciará a sua atividade em prol da cultura.
Pertenceu ao grupo modernista tendo sido um dos fundadores das revistas Orfeu (1915) e Centauro (1916) e colaborou, de 1915 a 1920, na revista Atlântida e, de 1915 a 1926, na revista Sudoeste. Foi, ainda, o fundador da editora Ática.
Um dos maiores contributos de Montalvor para a cultura portuguesa foi ter convencido os herdeiros de Fernando Pessoa – um quase desconhecido na altura da sua morte – que o espólio por este deixado dentro de uma arca deveria ter um valor literário incalculável. Até então, só viera a lume a Mensagem e alguns poemas avulsos publicados em jornais e revistas.
Com o aval da família de Fernando Pessoa, Montalvor e Gaspar Simões, pacientemente, leram e organizaram todos os manuscritos, tendo a editora Ática publicado, em 1942, o primeiro dos cinco volumes constituintes das Obras Completas de Fernando Pessoa.
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Durante a sua vida, foram publicadas duas obras de Montalvor: História do regime republicano em Portugal (1929) e A arte indígena portuguesa (1934), esta última com Diogo de Macedo.
Postumamente, surgiram Poemas (1960), O livro de poemas de Luís de Montalvor (1998), Tentativa de um ensaio sobre a decadência (2008) e «Para o túmulo de Fernando Pessoa»: e outras prosas (2015).
Estamos a reunir, num único local, os artigos sobre Literatura que têm vindo a ser publicados, com regularidade, no âmbito das Efemérides.