
A 8 de fevereiro de 1291, nasce, em Lisboa, D. Afonso IV, rei de Portugal e Algarve de 1325 até à sua morte.
Era filho de D. Dinis e de sua esposa Isabel de Aragão.
O seu pai preferia ter deixado o trono a Afonso Sanches, filho de uma relação extramatrimonial, pelo que Afonso IV, aquando da sua coroação, expulsa o meio-irmão de Portugal. Este refugia-se em Castela e tenta, através de manobras políticas e militares, tomar o poder. Não o tendo conseguido, acaba por fazer as pazes com D. Afonso IV, com o patrocínio da rainha-mãe D. Isabel.
Em 1309, D. Afonso IV casa com a infanta Beatriz, filha do rei Sancho IV de Castela.
A primogénita desta união, a princesa D. Maria de Portugal, casa, em 1328, com D. Afonso XI de Castela. Este casamento parece não ter sido do agrado daquele rei, uma vez que maltrata a sua esposa. Quando D. Afonso IV toma conhecimento deste facto, ataca terras fronteiriças de Castela como retaliação. Quatro anos mais tarde, a sua própria filha pede para o pai e o marido acabarem com as hostilidades, tendo sido assinado, para o efeito, um tratado de paz em 1339.
No ano seguinte, os mouros merínidas ameaçam Castela. D. Maria solicita a ajuda do seu pai para esta não perder o marido e o trono. Camões retrata este pedido de ajuda no episódio “formosíssima Maria” de Os Lusíadas.
D. Afonso IV obtém uma grande vitória contra os muçulmanos na Batalha do Salado, o que em muito contribui para ser apelidado de “O Bravo”.
Durante o reinado de D. Afonso IV, Portugal sofre com uma enorme falta de cereais; ocorre, em 1346, um violento sismo em Coimbra e o país é devastado, em 1348, pela peste negra. O rei, para evitar desordens, promulga legislação a reprimir a mendicidade e a ociosidade.
Nos últimos anos do seu reinado, a presença em solo português de refugiados da guerra civil entre D. Pedro I de Castela e o seu meio-irmão D. Henrique da Trastâmara produziu inúmeros conflitos internos e intrigas palacianas.
Entre os exilados, encontravam-se vários nobres que criaram a sua própria fação dentro da Corte portuguesa. Quando o príncipe herdeiro D. Pedro assume D. Inês de Castro como sua preferida, D. Afonso IV decide que apenas a morte da amada de seu filho poderia por fim aos privilégios cada vez maiores que os nobres castelhanos, seus conterrâneos 1, detinham na Corte, pelo que a manda matar.
A maior contribuição a nível económico e administrativo por parte de D. Afonso IV foi a importância por este dada ao desenvolvimento da marinha portuguesa, o que conduziu à descoberta das Ilhas Canárias durante o seu reinado.
Morre a 28 de maio de 1357, jazendo os seus restos mortais na Sé de Lisboa, junto a Dona Beatriz.
1 A Galiza, de onde era originária Inês de Castro, pertencia, desde 1230, ao Rei de Leão e Castela.
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