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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 30 de janeiro de 1967



Moda pop: a minissaia chega a Lisboa

O Diário Popular de 30 de janeiro de 1967 traz, na 1ª página, uma fotografia da loja Porfirios / Contraste, na Rua da Vitória, em Lisboa, onde todas as empregadas vestem minissaia. «É, sem sombra de dúvida, um dos estabelecimentos mais invulgares da capital», afirma aquele jornal, acrescentando que «oitenta ou noventa por cento [da clientela] são jovens dos 14 aos 19 anos, de ambos os sexos, à procura de umas calças roxas ou de uma saia constelada de ferragens metálicas…

Quanto às empregadas, a gerência entendeu, muito judiciosamente, que não deveriam destoar da freguesia: «ei-las, portanto, todas muito novas, muito esguias, muito sorridentes, de calças ou de minissaias (sim, de minissaias!)».

O jornal conclui a reportagem afirmando que estas empregadas se inserem autenticamente no mundo pop.

Fonte: Diário Popular nº 8725, de 30-01-1967, 25º ano de publicação, pp. 1 e 8

O mundo pop era, na sua essência, um sistema de valores que criava uma certa empatia entre o público juvenil, envolvendo, na sua génese, uma musicalidade sem um ritmo específico, espetáculos no palco e uma moda visual caracterizada pelo uso de minissaias, camisolas finas de gola alta, jaquetões imitando velhos dólmanes da Marinha e calças em boca-de-sino.

História das lojas Porfirios / Contraste

Nos anos 50 do século passado, Porfírio Augusto de Araújo, funda, no número 39 da portuense Rua de Santa Catarina, a primeira loja Porfírios, que vendia, na altura, principalmente meias.

A 5 de dezembro de 1965, os irmãos António e Luís Porfírio fundam, em Lisboa, na Rua da Vitória 55 a 63, a Por-fi-ri-os Contraste.

Os dois irmãos começam a visitar as principais feiras de confeções em França, na Alemanha e principalmente no Reino Unido, trazendo para Portugal as mais irreverentes e modernas roupas para a juventude.

Em pouco tempo, a Por-fi-ri-os Contraste passa a ser uma loja de referência para a juventude de então, apresentando roupa e acessórios de moda muito diferentes daqueles que eram disponibilizados pelo Grandella e pela Lanalgo, os grandes armazéns lisboetas da época.

Tanto a loja do Porto como a de Lisboa, encerram as suas portas em Abril de 2001, por não terem podido enfrentar a concorrência que os grandes centros comerciais, entretanto surgidos, lhe faziam.

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