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João Cutileiro

O escultor e ceramista português João Pires Cutileiro nasceu em Lisboa, a 26 de junho de 1937.

Era filho de José Cutileiro, médico da Organização Mundial da Saúde.

A casa da Avenida Elias Garcia, em Lisboa, onde a família Cutileiro vivia, era frequentada por inúmeras personalidades, entre elas o artista plástico António Pedro. Este leva para o seu atelier o jovem João, na altura apenas com 9 anos de idade. Ali, durante dois anos, o futuro escultor dedica-se ao desenho, sob forte influência do Surrealismo.

Aos 12 anos de idade, frequenta, durante alguns meses, o estúdio do pintor e ceramista Jorge Barradas e, mais tarde, desempenha as funções de assistente de canteiro no atelier do escultor António Duarte, com quem tem o seu primeiro contacto com a pedra, o gesso e o mármore, materiais que haveriam de moldar toda a sua vida artística.

Aos 14 anos de idade, apresenta a sua primeira exposição individual em Reguengos de Monsaraz, expondo esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.

Após ter concluído o ensino secundário no Colégio Valsassina, permanece um ano em Cabul, onde o seu pai se encontrava em serviço. Durante o trajeto de regresso, passa por Florença, onde a obra de Michelangelo o incentiva a continuar a dedicar-se à escultura.

De regresso a Lisboa, inscreve-se na Escola Superior de Belas Artes (ESBAL), onde é aluno do consagrado escultor Leopoldo de Almeida.

Ao fim de dois anos, abandona esta escola superior, sob a alegação que o bronze, então tido como material primordial para os escultores, cerceava a sua criatividade.

Influenciado pela pintora Paula Rego, frequenta, em Londres, de 1955 a 1959, a Slade School of Art, onde é aluno do escultor Reg Butler, de quem recebe três prémios: composição, figura e cabeça.

Passa a utilizar máquinas elétricas na execução dos seus trabalhos, realizando cinco exposições em Lisboa e uma no Porto.

Em 1970, regressa a Portugal, passando a residir em Lagos, onde executa a escultura D. Sebastião, ali erigida. Esta obra é criticada pelo Estado Novo, mais propenso ao academicismo.

Em 1971, recebe uma menção honrosa no Prémio Soquil, passando a estar representado em prestigiadas exposições tanto em Portugal como no estrangeiro

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A 3 de agosto de 1983, é agraciado com o grau de Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

As suas esculturas encontram-se espalhadas por inúmeras praças e jardins portugueses, com destaque para as chamadas Meninas de Cutileiro, o seu tema mais famoso.

A sua obra mais conhecida e polémica é, sem dúvida, a escultura ao 25 de Abril, no topo norte do Parque Eduardo VII, em Lisboa.

Faleceu a 5 de janeiro de 2021, no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, vitimado por complicações causadas por um enfisema pulmonar.




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