
Os lisboetas estavam habituados, havia já muitas gerações, a dirigirem-se ao balcão das mercearias e pedir ao empregado os géneros alimentícios que pretendiam adquirir.
Porém, a 19 de fevereiro de 1961, surge uma revolução neste costume: é inaugurado, no número 46-A da avenida de Roma, em plena cidade nova, um estabelecimento comercial bem diferente: os clientes levantam, à entrada, um cesto metálico (sim, metálico, ainda não eram em plástico) e percorrem corredores ladeados por prateleiras repletas dos mais diversos produtos alimentares, escolhendo aqueles que pretendem comprar.
E, espanto dos espantos: géneros alimentícios como o arroz, a farinha ou a carne já se encontram envolvidos em sacos de plástico com a indicação da pesagem e do preço!
Uma reportagem do Diário de Lisboa desse dia refere que «basta estender a mão, colocar o produto no cesto e avançar».
Algumas donas de casas exigem, no entanto, que o empregado da loja as acompanhe, carregando o cesto e «alguns homens receiam percorrer o estabelecimento com um cesto metálico», problemas que, na profética opinião do jornalista, «o tempo e o hábito resolverão».
Fonte: Diário de Lisboa 13716, de 19/02/1961, 40.º ano de publicação, p. 6
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